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sábado, 6 de fevereiro de 2010

Cavaco Silva em silêncio sobre alegado plano para o isolar

O ministro dos Assuntos Parlamentares afirmou na RTPN que o Governo não tem nada a explicar sobre o alegado plano do Executivo para controlar a comunicação social, noticiado ontem pelo semanário “Sol”. Cavaco Silva recusa fazer comentários em nome da tranquilidade do país, mas sublinha que em Portugal “todos têm de respeitar a lei, incluindo a liberdade de expressão”.


A imprensa deste sábado vem acrescentar novos dados revelados pelas escutas do processo "Face Oculta".


O "Correio da Manhã" escreve na edição deste sábado que o primeiro-ministro José Sócrates e o consultor do BCP Armando Vara tinham planos para "condicionar e constranger" a actuação do Presidente da República (utilizando, para tal, interesses do genro), controlar os meios de comunicação social e usar verbas de empresas públicas em benefício do PS.
O objectivo último dos dirigentes socialistas seria, ante a probabilidade de perda da maioria absoluta, provocar eleições antecipadas em 2011. Este facto foi, segundo o "Correio da Manhã", detectado pelos magistrados do caso "Face Oculta". As escutas revelaram ainda referências insultuosas ao Presidente da República e à líder do PSD.

Também o jornal "i" refere, este sábado, que Cavaco Silva se prepara para recolher informações sobre o caso. O Presidente da República poderá chamar o Procurador-Geral da República e o presidente do Supremo Tribunal de Justiça ao Palácio de Belém.

Em Idanha-a-Nova, Cavaco Silva recusa fazer declarações sobre o tema em nome da "tranquilidade" do país, mas afirma que Portugal é um estado de direito e que todos têm de respeitar a lei, incluindo a liberdade de expressão e de imprensa.

Já ontem o semanário "Sol" noticiava a existência de "indícios muito fortes" do envolvimento do primeiro-ministro no negócio da compra da TVI pela Portugal Telecom, para condicionar a informação da estação de Queluz, assim como afastar Manuela Moura Guedes e José Eduardo Moniz.

Nos extractos do despacho do juiz de Aveiro, que foram a fonte da notícia, constam transcrições de escutas telefónicas envolvendo Armando Vara, então administrador do BCP, Paulo Penedos, assessor da PT, e Rui Pedro Soares, administrador executivo da PT.

O PSD solicitou à Comissão Parlamentar de Ética uma análise sobre a liberdade de expressão em Portugal, envolvendo a audição de directores de órgãos de informação nacionais.

Em entrevista à RTPN, o ministro dos Assuntos Parlamentares assegurou que o Governo está de consciência tranquila. Jorge Lacão também criticou quem alimenta manobras de diversão.

"Eu não quero contribuir para manobras de diversão" que afastem os cidadãos "do combate" à crise e ao desemprego. O ministro afirmou que a agenda do Governo coincide com a resolução dos problemas do país e sublinha: "o Governo não tem de dar explicações em matérias em relação às quais não tem nada que lhe pese na consciência".

PGR anuncia inquérito a divulgação de despacho

Apesar de as escutas divulgadas pelo semanário "Sol" não serem as que o presidente do Supremo Tribunal de Justiça decretou a destruição, o procurador-geral da República ordenou o inquérito à divulgação do despacho do juiz de Aveiro.

O magistrado reiterou que vai cumprir escrupulosamente a ordem de Noronha do Nascimento, presidente do Supremo Tribunal de Justiça, mas espera pelo expediente necessário.

O magistrado de Aveiro esclareceu que a divulgação das escutas pelo jornal não constituiu um crime de desobediência, uma vez que não são conversas abrangidas pelo despacho de Noronha do Nascimento.

Na sequência das notícias publicada ontem, o jornal "Sol" será alvo de duas investigações: uma da Procuradoria-Geral da República, outra da Procuradoria distrital de Coimbra.

A notícia do "Sol" não altera "absolutamente nada" do que ficou decidido nos despachos", lia-se numa nota do gabinete de Pinto Monteiro. O procurador alegava não existir qualquer fundamento jurídico e que as questões relacionadas com as escutas foram "decididas em definitivo pelos despachos" do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça já transitados em julgado.

Noronha do Nascimento considerou nulas as escutas em que o primeiro-ministro foi interceptado em conversas com Armando Vara, arguido do processo "Face Oculta", que envolve alegada corrupção e empresas do sector empresarial do Estado.

"As consequências jurídicas da divulgação feita pela comunicação social serão tiradas oportunamente", tendo para o efeito sido ordenada a abertura de inquéritos, acrescenta a PGR.

No âmbito da investigação ao caso "Face Oculta" foram constituídos 18 arguidos, incluindo Armando Vara, ex-ministro do PS e vice-presidente do BCP, que suspendeu as funções, José Penedos, presidente da REN - Redes Elétricas Nacionais, suspenso de funções pelo tribunal, e o seu filho Paulo Penedos, advogado da empresa SCI-Sociedade Comercial e Industrial de Metalomecânica SA. A empresa está no centro da investigação e o seu proprietário, Manuel Godinho, é o único dos 18 arguidos que está em prisão preventiva.


-RTP

OCDE vê sinais de recuperação na economia Portuguesa

De acordo com um relatório mensal divulgado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), existem sinais fortes de expansão na actividade económica nas principais economias do mundo.


O relatório e feito com base nos CLIs (Composite Leading Indicator), indicadores que são usados para tentar identificarem sinais antecipados de mudanças nos ciclos de crescimentos.

Para efectuar uma leitura correcta são considerados quatro cenários a partir do cálculo do CLIs:

•Expansão - Quando existe um aumento do índice, acima da tendência histórica;

•Retracção - Queda do índice abaixo da tendência;

•Recuperação - Aumento, mas num nível inferior à tendência histórica;

•Desaceleração - Queda, mas acima da tendência.

Portugal subiu em Dezembro pelo nono mês consecutivo e ultrapassou pela primeira vez, desde pelo menos há um ano, a barreira dos 100 pontos, que corresponde à média de longo prazo, apontando para o prosseguimento de uma trajectória de recuperação económica.

No caso de Portugal, de 99,90 em Novembro passou para 100,92 em Dezembro (último mês para o qual há dados disponíveis). Em Dezembro de 2008, o indicador cifrava-se em 93,47 pontos.

No WTI, a supremacia de Mariusz Ganczar contínua com ganhos de 3159 %, sendo seguido por Hristo Grivnev em segundo lugar com ganhos de 209% e em terceiro lugar Szabó Barnabás György com 184%.


-Visão

Gripe A fez crescer mortes entre crianças na Europa

Estudos mostram impacto na mortalidade das crianças, mas no geral houve menos vítimas pela gripe do que nos outros anos.


Apesar de a gripe A estar a matar menos do que a gripe sazonal, o vírus H1N1 fez aumentar a mortalidade entre as crianças, indica um estudo publicado na revista Eurosurveillance, com base em dados preliminares de sete países europeus. Em Portugal, morreram seis crianças com gripe A. As autoridades de saúde não têm dúvidas de que esta doença afectou muito mais os jovens até aos 15 anos e admitem que tenha tido impacto na mortalidade, mas dizem que ainda não há dados.

É muito difícil fazer comparações com anos anteriores, diz a subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas. "Nos outros indicadores todos seguimos as tendências internacionais mas é quase impossível avaliar este", explica. Isto porque as vítimas da gripe sazonal são estimadas a partir do excesso de mortalidade registado na época de gripe. Sabe-se que morrem muito mais idosos, mas não há dados por idades.

Este ano, pela primeira vez, fez- -se uma vigilância muito apertada, explica a epidemiologista Cristina Furtado, do Instituto Ricardo Jorge. E não há dúvidas de que o H1N1 afectou muito mais crianças do que a gripe sazonal.

Estatísticas internacionais divulgadas pela Organização Mundial de Saúde mostram que 60% dos doentes que precisaram de ser internados tinham menos de 19 anos. E, nos EUA, o Centro de Controlo de Doenças de Atlanta calcula que a gripe causou dez vezes mais mortes entre as crianças do que a sazonal em anos anteriores.

Os resultados preliminares do estudo publicado na revista do Centro Europeu de Controlo de Doenças indicam que morreram mais 28% de crianças entre os 5 e os 14 anos em sete países (Bélgica, Dinamarca, Grécia, Malta, Holanda, Suécia, Suíça) e uma região alemã, Hesse, entre o início de Julho e o final do ano - o que corresponde a apenas 77 casos. Mas os resultados devem ser analisados com cautela, alertam os autores. Por um lado, porque o número de mortes até aos 14 anos é muito baixo e é fácil um pequeno aumento ter grande impacto; por outro, não há certeza de que o excesso de mortes se deva à gripe A, embora não tenham encontrado outra razão.

Pelo contrário, analisando o impacto em toda a população, houve menos mortes este Inverno pela pandemia do que houve nos outros devido à gripe sazonal. O mesmo se passou em Portugal, indica a epidemiologista Cristina Furtado. A explicação é simples, diz: o H1N1 atingiu sobretudo pessoas mais jovens e, por isso mesmo, mais capazes de resistir. Enquanto o vírus da gripe vulgar afecta os idosos, que têm muitas vezes outras doenças, e acabam por ter mais complicações e morrer. Só que este ano o vírus predominante foi o H1N1 e quase não circularam outras estirpes.

Cristina Furtado salienta ainda que 80% das vítimas tinham outros problemas de saúde, incluindo as mais novas - cinco das seis crianças que morreram tinham outros problemas associados. Pelo que "a vacinação poderia ter evitado muitas mortes", acrescenta, incentivando os doentes de risco a tomarem a vacina e os pais a imunizarem as crianças para eliminar o risco que ainda existe.


-Diário de Notícias (Patrícia Jesus)

Mão Morta revisitados em tempo de comemorações


Reedição dos quatro primeiros álbuns abre ano em que comemoram 25 primaveras.


Há muito descatalogados e a pedido de inúmeras famílias (leia-se fãs), os Mão Morta dão o tiro de partida nas comemorações de vinte e cinco anos de carreira com a reunião, numa caixa intitulada Mão Morta 1988-1992, dos quatro primeiros álbuns, editados precisamente durante esse período.

"Havia uma grande procura e era nossa vontade manter os títulos disponíveis. Editámo-los todos em conjunto porque recuperar as ideias gráficas originais era interessante", justificou Adolfo Luxúria Canibal ao DN. Para já, a caixa está apenas disponível em CD, mas a Compact Records prepara uma edição em vinil já para Março, revelou ainda o vocalista.

Do quarteto formado por Mão Morta, Corações Felpudos, O.D. Rainha do Rock & Crawl e Mutantes S.21, os três primeiros já tinham conhecido uma primeira reedição (com extras) em CD no final da década de 90 pela Nortesul, subsidiária da Valentim de Carvalho. Desta vez, no entanto, essas "sobras" ficaram de fora e os Mão Morta concentraram-se no "miolo". Luxúria Canibal justificou esta opção com a vontade de concentração "nos discos propriamente ditos".

Que tempo era este que os Mão Morta recordam agora? "(A nossa perspectiva) era igual à de hoje. Não pensávamos numa carreira, mas aproveitámos as oportunidades. Gravar era mais difícil. Os estúdios eram mais caros. Era tudo mais difícil. Hoje, fazem-se discos em casa que se podem distribuir pela Internet."

De álbum para álbum, os Mão Morta mostravam-se diferentes pelo que este período reflectiu "aprendizagem, quer nas técnicas de estúdio quer na própria composição". As mudanças de formação reflectiram-se também na personalidade do grupo. Em Mão Morta, Corações Felpudos e O.D. Rainha do Rock & Crawl, Zé dos Eclipses, um músico "com uma abordagem muito própria à guitarra" baseada nas melodias, era o principal compositor. Com a saída daquele que foi o autor de algumas das canções mais marcantes da banda e consequente "substituição" por Carlos Fortes no papel de compositor, o som mudou. E foi então que nasceu o álbum em que os Mão Morta deixavam o "gueto do alternativo puro e duro" para se tornarem uma banda de dimensão nacional. "Tínhamos tido problemas de distribuição dos dois discos anteriores e o Mutantes S.21 salvou-nos. Havia uma inércia instalada e a banda tinha- -se tornado quase invisível. Praticamente, não dávamos concertos", recorda.

Gerou-se, então, uma febre em torno dos Mão Morta e uma grande quota-parte dessa responsabilidade deveu-se a Budapeste. "O vídeo foi o grande responsável. Passou semanas consecutivas no primeiro lugar do Vira o Vídeo (do então segundo canal) e o programa era diário. A partir dessa visibilidade, a canção foi parar às rádios e o disco começou a vender." O efeito ricochete afectou o grupo e, depois de quase "morrerem", os Mão Morta passaram a estar em risco "por excesso de visibilidade". Acto contínuo, excluir Budapeste do alinhamento dos concertos.O sucesso acabou por lhes valer um contrato com a BMG e o disco seguinte, Vénus em Chamas, também praticamente impossível de encontrar no mercado a não ser em segunda mão, "não teve Budapeste nem rádios, mas vendeu por ser o sucessor do outro", defende Adolfo Luxúria Canibal.

Curiosamente, esta "transferência" para uma multinacional encontra um paralelo com o contexto actual. Os Mão Morta assinaram pela Universal, que irá editar Pesadelo em Peluche. E, garante, estar numa editora com estas dimensões nunca foi um problema "em questões de independência".


-Diário de Notícias (Davide Pinheiro)

Revista Wired propõe internet para Nobel da Paz em 2010


A internet foi proposta pela edição italiana da revista “Wired” para o prémio Nobel da Paz em 2010. O argumento é que a ferramenta trouxe avanços para o “diálogo, o debate e o consenso completo da comunicação”, bem como a promoção da democracia. O Comité ainda não confirmou a informação. A tradição manda que a lista com os nomes seja mantida em segredo durante 50 anos.
Logo em Dezembro o redactor-chefe da Wired italiana criou um site onde procurava apoios para a nomeação da Internet ao galardão.
Entre os apoiantes da ideia temos nomes como o estilista Giorgio Armani e o Nobel da Paz de 2003, Shirin Ebadi.
A nomeação está a causar polémica havendo já quem se questione sobre quem irá receber o prémio, caso a Internet vença o prémio.


-ionline (Marta Cerqueira)

"Snowpocalypse": tempestade de neve deixa EUA em estado de alerta - vídeo


Uma tempestade de neve, acompanhada de vento forte, atingiu hoje a capital dos EUA e outros Estados do Atlântico, causando pelo menos dois mortos - um pai e filho que foram atropelados por um camião numa estrada na Virgínia – e a paralisação da região.
Com ventos a soprarem a 90 quilómetros por hora, a neve que se foi acumulando nas ruas e passeios chegou a ultrapassar os 60 centímetros de altura. O Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos emitiu um alerta de 24 horas para a área metropolitana de Washington-Baltimore, até às 22h00 de hoje (03h00 de domingo em Lisboa). Moradores foram aconselhados a permanecer em casa, pois a situação pode ainda vir a agravar-se com a neve a alcançar um metro de altura. "As estradas estão impraticáveis (...) ao que se soma os cortes de fornecimento de energia", disse à Agência AFP Ed McDonough da Agência de Gestão de Emergências de Maryland, onde 150 mil pessoas terão ficado sem luz e sistemas de aquecimento.
Já apelidada de “Snowpocalypse” e “Snowmageddon”, a tempestade levou à declaração do estado de emergência nos Estados Maryland, Virgínia e Columbia.
Muitos voos foram cancelados nos três principais aeroportos da zona de Washington-Baltimore e no Aeroporto Internacional de Filadélfia. Todos os transportes públicos foram suspensos, exceptuando algumas linhas de metro.
A neve chega pouco depois da tempestade de 19 de Dezembro, quando caíram mais de 40 centímetros de neve sobre Washington. Nevões desta intensidade são raros na região. Segundo o Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos, Washington apenas teve mais 30 centímetros de neve em 13 ocasiões desde 1870.

Veja aqui como está Washington D.C.



-ionline (Sara Sanz Pinto)
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