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sábado, 6 de fevereiro de 2010

Mão Morta revisitados em tempo de comemorações


Reedição dos quatro primeiros álbuns abre ano em que comemoram 25 primaveras.


Há muito descatalogados e a pedido de inúmeras famílias (leia-se fãs), os Mão Morta dão o tiro de partida nas comemorações de vinte e cinco anos de carreira com a reunião, numa caixa intitulada Mão Morta 1988-1992, dos quatro primeiros álbuns, editados precisamente durante esse período.

"Havia uma grande procura e era nossa vontade manter os títulos disponíveis. Editámo-los todos em conjunto porque recuperar as ideias gráficas originais era interessante", justificou Adolfo Luxúria Canibal ao DN. Para já, a caixa está apenas disponível em CD, mas a Compact Records prepara uma edição em vinil já para Março, revelou ainda o vocalista.

Do quarteto formado por Mão Morta, Corações Felpudos, O.D. Rainha do Rock & Crawl e Mutantes S.21, os três primeiros já tinham conhecido uma primeira reedição (com extras) em CD no final da década de 90 pela Nortesul, subsidiária da Valentim de Carvalho. Desta vez, no entanto, essas "sobras" ficaram de fora e os Mão Morta concentraram-se no "miolo". Luxúria Canibal justificou esta opção com a vontade de concentração "nos discos propriamente ditos".

Que tempo era este que os Mão Morta recordam agora? "(A nossa perspectiva) era igual à de hoje. Não pensávamos numa carreira, mas aproveitámos as oportunidades. Gravar era mais difícil. Os estúdios eram mais caros. Era tudo mais difícil. Hoje, fazem-se discos em casa que se podem distribuir pela Internet."

De álbum para álbum, os Mão Morta mostravam-se diferentes pelo que este período reflectiu "aprendizagem, quer nas técnicas de estúdio quer na própria composição". As mudanças de formação reflectiram-se também na personalidade do grupo. Em Mão Morta, Corações Felpudos e O.D. Rainha do Rock & Crawl, Zé dos Eclipses, um músico "com uma abordagem muito própria à guitarra" baseada nas melodias, era o principal compositor. Com a saída daquele que foi o autor de algumas das canções mais marcantes da banda e consequente "substituição" por Carlos Fortes no papel de compositor, o som mudou. E foi então que nasceu o álbum em que os Mão Morta deixavam o "gueto do alternativo puro e duro" para se tornarem uma banda de dimensão nacional. "Tínhamos tido problemas de distribuição dos dois discos anteriores e o Mutantes S.21 salvou-nos. Havia uma inércia instalada e a banda tinha- -se tornado quase invisível. Praticamente, não dávamos concertos", recorda.

Gerou-se, então, uma febre em torno dos Mão Morta e uma grande quota-parte dessa responsabilidade deveu-se a Budapeste. "O vídeo foi o grande responsável. Passou semanas consecutivas no primeiro lugar do Vira o Vídeo (do então segundo canal) e o programa era diário. A partir dessa visibilidade, a canção foi parar às rádios e o disco começou a vender." O efeito ricochete afectou o grupo e, depois de quase "morrerem", os Mão Morta passaram a estar em risco "por excesso de visibilidade". Acto contínuo, excluir Budapeste do alinhamento dos concertos.O sucesso acabou por lhes valer um contrato com a BMG e o disco seguinte, Vénus em Chamas, também praticamente impossível de encontrar no mercado a não ser em segunda mão, "não teve Budapeste nem rádios, mas vendeu por ser o sucessor do outro", defende Adolfo Luxúria Canibal.

Curiosamente, esta "transferência" para uma multinacional encontra um paralelo com o contexto actual. Os Mão Morta assinaram pela Universal, que irá editar Pesadelo em Peluche. E, garante, estar numa editora com estas dimensões nunca foi um problema "em questões de independência".


-Diário de Notícias (Davide Pinheiro)

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