O acelerador de partículas do CERN, em Genebra, conseguiu hoje realizar a maior experiência de colisão de partículas alguma vez realizada, recriando os primeiros momentos do Universo após o Big Bang.
Experiência bem sucedida.Feixes de protões com uma energia de 3,5 Tera electron-volts (Tev) cada colidiram a uma velocidade muito próxima à da luz (300 mil quilómetros por segundo). Ao colidirem, libertam partículas mais pequenas, muitas das quais os cientistas apenas suspeitam que existem.
"É o início de uma nova era", considerou a cientista Paola Catapano, porta-voz do CERN - Centro Europeu de Investigação Nuclear.
Milhares de físicos espalhados pelo Mundo aguardam ansiosamente pelo resultado desta experiência. Com ela esperam ver respondidas questões como a composição da matéria negra ou o bosão de Higgs, a peça que falta ao puzzle da estrutura fundamental da matéria.
-Colisão de partículas em directo na InternetLHC
O simulador do Big BangO LCH (Grande Acelerador de Hadrões) tem por objectivo simular os primeiros milésimos de segundo do Universo, há cerca de 13,7 mil milhões de anos, considerada por isso a experiência científica do século.
Trata-se de um túnel de 27 quilómetros em forma de anel construído a uma profundidade de 100 metros, perto de Genebra, na Suíça, no interior do qual se produzirão colisões de protões numa velocidade próxima da luz.
A sua construção prolongou-se por mais de 12 anos, ao custo de 3,76 mil milhões de euros, e mobilizou milhares de físicos e engenheiros do mundo inteiro.
A participação portuguesaPortugal é membro do CERN desde Abril de 1985. Desde então dezenas de físicos e engenheiros portugueses têm recebido formação nesta instituição em áreas tão diversificadas como as engenharias informática e de computação, mecânica, dos materiais, química, controlo e qualidade, construção civil e geodesia, electrónica e telecomunicações.
A participação portuguesa no LHC data da primeira metade da década de 90, no início do projecto, com contribuições para a construção dos detectores, módulos electrónicos avançados, equipamentos de mecânica pesada e de precisão e ainda para a simulação dos equipamentos e processos físicos, num esforço que envolveu mais de três dezenas de físicos e engenheiros.
HadrõesPartículas subatómicas que participam nas interacções nucleares fortes.
A entrada em funcionamento dos grandes aceleradores de partículas, desde a década de 50, tem permitido a realização de experiências que levaram à detecção de uma variedade sempre crescente de partículas subatómicas de vida efémera (como os hadrões, leptões e mesões ). O crescente número de hadrões conhecidos levou à convicção de que estes não seriam verdadeiramente partículas elementares mas sim partículas compostas.
-SIC, Infopedia e Lusa (adaptado)