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sábado, 6 de fevereiro de 2010

Gripe A fez crescer mortes entre crianças na Europa

Estudos mostram impacto na mortalidade das crianças, mas no geral houve menos vítimas pela gripe do que nos outros anos.


Apesar de a gripe A estar a matar menos do que a gripe sazonal, o vírus H1N1 fez aumentar a mortalidade entre as crianças, indica um estudo publicado na revista Eurosurveillance, com base em dados preliminares de sete países europeus. Em Portugal, morreram seis crianças com gripe A. As autoridades de saúde não têm dúvidas de que esta doença afectou muito mais os jovens até aos 15 anos e admitem que tenha tido impacto na mortalidade, mas dizem que ainda não há dados.

É muito difícil fazer comparações com anos anteriores, diz a subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas. "Nos outros indicadores todos seguimos as tendências internacionais mas é quase impossível avaliar este", explica. Isto porque as vítimas da gripe sazonal são estimadas a partir do excesso de mortalidade registado na época de gripe. Sabe-se que morrem muito mais idosos, mas não há dados por idades.

Este ano, pela primeira vez, fez- -se uma vigilância muito apertada, explica a epidemiologista Cristina Furtado, do Instituto Ricardo Jorge. E não há dúvidas de que o H1N1 afectou muito mais crianças do que a gripe sazonal.

Estatísticas internacionais divulgadas pela Organização Mundial de Saúde mostram que 60% dos doentes que precisaram de ser internados tinham menos de 19 anos. E, nos EUA, o Centro de Controlo de Doenças de Atlanta calcula que a gripe causou dez vezes mais mortes entre as crianças do que a sazonal em anos anteriores.

Os resultados preliminares do estudo publicado na revista do Centro Europeu de Controlo de Doenças indicam que morreram mais 28% de crianças entre os 5 e os 14 anos em sete países (Bélgica, Dinamarca, Grécia, Malta, Holanda, Suécia, Suíça) e uma região alemã, Hesse, entre o início de Julho e o final do ano - o que corresponde a apenas 77 casos. Mas os resultados devem ser analisados com cautela, alertam os autores. Por um lado, porque o número de mortes até aos 14 anos é muito baixo e é fácil um pequeno aumento ter grande impacto; por outro, não há certeza de que o excesso de mortes se deva à gripe A, embora não tenham encontrado outra razão.

Pelo contrário, analisando o impacto em toda a população, houve menos mortes este Inverno pela pandemia do que houve nos outros devido à gripe sazonal. O mesmo se passou em Portugal, indica a epidemiologista Cristina Furtado. A explicação é simples, diz: o H1N1 atingiu sobretudo pessoas mais jovens e, por isso mesmo, mais capazes de resistir. Enquanto o vírus da gripe vulgar afecta os idosos, que têm muitas vezes outras doenças, e acabam por ter mais complicações e morrer. Só que este ano o vírus predominante foi o H1N1 e quase não circularam outras estirpes.

Cristina Furtado salienta ainda que 80% das vítimas tinham outros problemas de saúde, incluindo as mais novas - cinco das seis crianças que morreram tinham outros problemas associados. Pelo que "a vacinação poderia ter evitado muitas mortes", acrescenta, incentivando os doentes de risco a tomarem a vacina e os pais a imunizarem as crianças para eliminar o risco que ainda existe.


-Diário de Notícias (Patrícia Jesus)

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