O vídeo colocado na Internet mostra o ataque causou a morte a 11 civis em Bagdade, entre os quais um jornalista da Reuters e o seu motorista (veja vídeo no fim do texto).
Um vídeo que está a circular na Internet mostra um ataque norte-americano contra civis em Bagdade, há três anos, em que morreram 11 pessoas incluindo um jornalista da Reuters e o motorista que o acompanhava.
As imagens, disponíveis no "site" Wikileaks.org - especializado na divulgação de conteúdos sensíveis - são acompanhadas pelo áudio das conversas entre os pilotos do helicóptero norte-americano e o controlo em terra, em que os primeiros pedem autorização para disparar contra homens, identificados como rebeldes, que circulam numa rua em Bagdad.
O Wikileaks não esclarece como obteve estas imagens captadas em Julho de 2007.
Nelas se pode ver o referido grupo de homens, alguns dos quais parecem estar armados, e entre os quais estavam dois que trabalhavam para a agência Reuters: Namir Noor-Eldeen e Saeed Chmagh.
Câmara confundida com lança granadas
Os pilotos do Apache, que parecem ter confundido a máquina fotográfica do jornalista da Reuters com um lança granadas RPG, afirmam ter na mira "cinco ou seis homens armados com AK-47" e pedem autorização para disparar, que lhes é concedida quase instantaneamente.
Depois dos disparos, um dos pilotos admite que ficou "um monte de cadáveres" no local.
Pouco depois, uma camioneta para recuperar os mortos e os feridos e é também alvejada pelas forças norte-americanas.
Duas crianças que seguiam na camioneta ficam feridas e são posteriormente levadas para o hospital por soldados norte-americanos que chegam ao local.
Militar diz que vídeo não traz informações
Um responsável do exército dos Estados Unidos comentou na segunda feira à AFP que a divulgação deste vídeo "não traz novas informações, apenas imagens".
"Reconhecemos, desde 2007, tudo o que está no vídeo", disse o militar que pediu para não ser identificado. "Reconhecemos o ataque e que foram mortos dois homens que trabalhavam para a Reuters", declarou.
"Sabemos que duas crianças ficaram feridas, mas o lança granadas RPG é verdadeiro. Havia rebeldes e repórteres numa zona em que as forças norte-americanas iam sofrer uma emboscada", adiantou.
"Naquele momento, não podíamos discernir se (os funcionários da Reuters) levavam câmaras ou armas", insistiu.
Comunicado da Reuters
Em comunicado, o director da Reuters David Schlesinger afirmou que a morte dos dois trabalhadores da agência "foi trágica e emblemática dos perigos extremos ligados à cobertura em zonas de guerra".
"O vídeo hoje divulgado via Wikileaks é a prova dos perigos associados ao jornalismo de guerra e das tragédias que podem acontecer", acrescentou.
Depois da divulgação do vídeo, a responsável nos Estados Unidos da organização Repórteres sem Fronteiras pediu ao Pentágono para dar provas de maior transparência e à administração Obama para mostrar "respeito pela justiça".
-Lusa (adaptado)
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