
Novo desemprego cai, pela primeira vez em 17 meses. Apesar disso, centros de emprego registam mais um recorde de 517,5 mil desempregados.
Até Outubro inscreveram-se nos centros de emprego 608 519 desempregados, um número que já supera o que foi registado ao longo de todo o ano passado. A avaliar pela série do Banco de Portugal que reúne os dados das últimas três décadas, 2009, que ainda não acabou, é já o ano de maior corrida aos centros de emprego.
Surgem, apesar disso, ténues sinais positivos. Ao longo do mês de Outubro inscreveram-se no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) 65 481 novos desempregados, o que represen-ta a primeira queda homóloga (-0,8%) desde Maio de 2008, também explicada pelo efeito base. A redução é mais significativa (-9,8%) face a Setembro deste ano, mês que tinha batido todos os recordes.
A subir e a um ritmo acelerado continua o número de desempregados inscritos no final do mês, ou seja, daqueles que não encontraram solução e permanecem à procura de trabalho. São já 517 526 indivíduos, o maior número alguma vez registado pelo IEFP, num aumento homólogo de 29% (ver gráfico). Fica, ainda assim, muito aquém dos dados revelados esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), relativos ao terceiro trimestre do ano, e que apontam para 547,5 mil pessoas à procura de trabalho.
Operários da indústria extractiva e construção (+85,8%), trabalhadores da metalurgia e metalomecânica (+60,5%) e directores e gerentes de pequenas empresas (+42,9%, mas em número inferior) foram os mais penalizados pela subida homóloga do desemprego. Entre os profissionais do ensino regista-se, pelo contrário, uma queda.
A não renovação de contratos a prazo continua a ser a principal causa de desemprego, justificando 40% das novas inscrições.
Os dados ontem revelados são "preocupantes e significativos", reconheceu à Lusa o presidente do IEFP. Francisco Madelino salientou, contudo, o aumento das ofertas de emprego, sinal de "que a economia está a recuperar".
O boletim de informação mensal revela, de facto, que no final de Outubro estavam disponíveis mais de 21 mil ofertas, num aumento homólogo de 22%.
Apesar disso, tanto as ofertas recebidas ao longo do mês de Outubro (-8,6%) como as colocações efectuadas (-11%, cerca de 6 mil) registaram uma queda.
A taxa de desemprego chegou aos 9,8% no terceiro trimestre deste ano. O Governo tem dito que o desemprego deverá começar a descer no início do próximo ano, mas não é essa a convicção da generalidade dos economistas.
As previsões ontem reveladas pela OCDE, mais pessimistas do que as da Comissão Europeia, referem que o desemprego deverá passar dos 9,2% este ano para 10,2% no próximo. E que deverá chegar a 10,3% no final de 2010.
-Parcialmente de: Diário de Notícias
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