A concentração de gases com efeito de estufa atingiu níveis recorde e aproxima-se do "cenário pessimista" previsto pelos cientistas, advertiu a Organização Meteorológica Mundial (OMM) a duas semanas da Cimeira de Copenhaga.
A concentração de gases com efeito de estufa atingiu níveis recorde e aproxima-se do "cenário pessimista" previsto pelos cientistas, advertiu a Organização Meteorológica Mundial (OMM) a duas semanas da Cimeira de Copenhaga.
A OMM reclamou uma acção internacional imediata para atenuar este fenómeno. "As novidades não são boas: a concentração dos gases com efeito de estufa continua a aumentar a um ritmo mais rápido", indicou o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, ao apresentar os últimos dados reunidos pela agência da ONU em todo o mundo.
A concentração de CO2, o principal gás com efeito de estufa, aumentou 38% desde 1750, cem anos antes da Revolução Industrial, e contribuiu desde então para 63,5% do crescimento do efeito de estufa na atmosfera, segundo os dados da OMM. Este contributo passou mesmo para 86% nos últimos cinco anos.
Esta situação "confirma a tendência para um aumento exponencial", afirmou o mesmo responsável, acrescentando: "estamos cada vez mais próximo de um cenário pessimista" apontado pelo Grupo Internacional de Peritos sobre as Alterações Climáticas.
"É preciso agir o mais rapidamente possível", advertiu.
Jarraud instou os governos a alcançar um acordo significativo em Copenhaga "já que quanto mais demorar a decisão, mais graves serão as consequências das alterações climáticas".
Um fracasso na definição de objectivos ambiciosos nessa conferência significaria que as acções destinadas a atenuar os efeitos das mudanças climáticas seriam "mais difíceis e com maiores custos, em particular para os países em desenvolvimento", defendeu.
Para o responsável da OMM, "há que colocar a fasquia o mais elevada possível".
A Cimeira de Copenhaga sobre Alterações Climáticas da ONU, que decorrerá de 7 a 18 de Dezembro, é vista pela comunidade científica como uma oportunidade crucial para se chegar a acordo quanto a medidas que permitam abrandar o aquecimento global.
"O aquecimento do planeta está provado por múltiplos factos e não apenas pela alteração da temperatura. Observamos o retrocesso dos glaciares e do gelo no Árctico no final de cada Verão ou a mudança das chuvas. Não são hipóteses, são situações que podemos medir e observar", insistiu Jarraud.
Questionado sobre se este balanço negativo reflecte um fracasso do Protocolo de Quioto, o primeiro acordo internacional que abordou as alterações climáticas, Jarraud assinalou que a conclusão é que "Quioto não foi suficiente, mas sem esse acordo a situação seria muito pior".
- Jornal de Negócios com Lusa
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