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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Diferença entre humanos e chimpanzés está na forma como utilizam os genes

Estudo revela que os factores de transcrição desempenham papel essencial.


Autoras do estudo Lisa Stubbs (dir.) e Katja Nowick (esq.)


A diferença cognitiva entre um humano e um chimpanzé não está nos seus genes mas sim em como se servem deles. Um novo estudo agora publicado na «Proceedings of the National Academy of Sciences» e citado pelo «Science Daily» tenta explicar porque é que um chimpanzé não é um humano, apesar de partilhar com ele 98 por cento dos genes.

Na verdade, as espécies geram proteínas que funcionam de forma muito diferente e que contribuem para criar um cérebro mais activo e melhor interligado nos humanos.

Já se sabia que os genes, por si só, não podem explicar as diferenças entre as duas espécies. Este estudo revela que as grandes diferenças na actividade genética dos seres humanos e dos chimpanzés, afectando aproximadamente 1000 genes, está ligada à acção de 90 factores de transcrição.

Os factores de transcrição são proteínas que se ligam a regiões específicas do DNA para promover ou reprimir a actividade de vários genes. Isso permite a determinados órgãos ou tecidos responder rapidamente a uma mudança ambiental ou a uma necessidade interna.

A equipa de Lisa Stubbs e Katja Nowick (Universidade de Illinois, EUA) encontrou 90 factores de transcrição que actuam de forma muito diferente no cérebro de um chimpanzé e de um humano.


Factores de transcrição diferem em humanos e chimpanzés.


Foram feitas análises ao tecido extraído do cérebro de seis humanos e de cinco chimpanzés. Concluiu-se que os factores de transcrição são produzidos com os mesmos genes mas a sua aplicação é, de facto, diferente.

A acção destas proteínas agrupa-se em dois módulos. O primeiro contribui para o crescimento do cérebro, para as conexões neuronais e para a protecção do tecido deste órgão. O segundo está relacionado com o metabolismo e com o nível de energia no cérebro.

A acção conjunta dos factores nos humanos faz com que ambos os módulos estejam mais activos neste no que nos chimpanzés. Os resultados podem explicar a origem molecular de diferenças cerebrais entre as duas espécies.


-CiênciaHoje

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