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quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Manual do H1N1
Gripe A
Perguntas e respostas que explicam tudo sobre o vírus que está a assustar o mundo.
O QUE DISTINGUE O A (H1N1) DO VÍRUS QUE CAUSA A GRIPE SAZONAL?
O vírus influenza A (H1N1) é um novo subtipo do vírus da gripe que afecta os humanos. Contém genes dos vírus do porco, das aves e das pessoas, numa combinação única. É esta a principal característica que o distingue do vírus causador da gripe normal.
OS SINTOMAS DESTA GRIPE SÃO DIFERENTES DOS DA GRIPE SAZONAL?
Os sintomas - febre alta, tosse, arrepios de frio, fadiga, dores no corpo, na cabeça e na garganta, vómitos e diarreia - coincidem com os da gripe sazonal, mas a componente gastrointestinal surge particularmente acentuada.
QUAL O PERÍODO DE INCUBAÇÃO DO VÍRUS E O DE CONTÁGIO?
O vírus pode ficar no organismo de 24 a 48 horas, até que apareçam os primeiros sintomas. O contágio ocorre ainda antes do aparecimento dos sintomas, e até sete dias após o início dos mesmos.
COMO SE PROPAGA?
O vírus passa de pessoa para pessoa, através do ar. O contágio só é eficaz em distâncias inferiores a um metro. Os espirros, a tosse, as secreções nasais ou dos olhos são as formas de o vírus se espalhar. Tocar numa superfície contaminada e de seguida mexer nos olhos, boca ou nariz também pode levar à disseminação do vírus.
COMO NOS PODEMOS PROTEGER?
Lavando as mãos com sabão, várias vezes por dia. Deve-se evitar tocar nos olhos, no nariz e na boca. É importante comer bem, dormir o necessário e gerir o stress, para manter o sistema imunitário de boa saúde e pronto a combater o vírus.
QUAIS SÃO OS VÍRUS MAIS PERIGOSOS?
Aqueles com grande capacidade de invadir diferentes órgãos, facilidade em multiplicar-se e de se disseminar. Tipicamente, os vírus influenza A, cujo reservatório natural são as aves aquáticas, são mais agressivos.
QUAL A DIFERENÇA ENTRE A NOVA ESTIRPE A (H1N1) E A GRIPE DOS PORCOS E A DAS AVES?
A nova estirpe apresenta genes característicos dos humanos, dos porcos e das aves, pelo que é capaz de atingir cada uma destas três espécies. A gripe dos porcos afecta preferencialmente estes animais, enquanto a das aves está adaptada a estas espécies. No caso da gripe das aves provocada pelo vírus H5N1, ocorreu transmissão destes animais para as pessoas, em situações de contacto muito próximo, e nunca ficou provada a transmissão pessoa a pessoa.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DO H1N1?
Numa primeira fase, o diagnóstico faz-se pelos sintomas sugestivos de gripe. A prova final apenas surge após um exame laboratorial a material colhido no nariz. O teste implica uma análise genética ao vírus, de forma a que este seja completamente caracterizado.
HÁ MEDICAMENTOS PARA TRATAR A GRIPE?
Há quatro antivirais, mas nem todos são eficazes para a totalidade dos vírus. No caso da gripe H1N1, o vírus é sensível aos medicamentos Tamiflu e Relenza. As substâncias impedem a sua replicação no organismo, tornando mais curto o período de duração da doença, diminuindo a severidade dos sintomas e estancando o contágio. É forçoso que sejam tomadas nas primeiras 24 a 48 horas após o aparecimentos dos sintomas iniciais.
HÁ RISCO DE APARECIMENTO DE RESISTÊNCIA AOS MEDICAMENTOS?
Se não forem seguidas as indicações terapêuticas, há um sério risco de o vírus se ir adaptando aos medicamentos e de ganhar resistências. Este processo é semelhante ao que acontece com as bactérias e os antibióticos, e traduz-se numa adaptação dos organismos ao meio ambiente.
QUANTO TEMPO O VÍRUS SOBREVIVE FORA DO CORPO?
Varia muito, de acordo com as condições de humidade e temperatura. Estima-se que não sobreviva mais do que algumas horas.
FAZ SENTIDO TOMAR MEDICAMENTOS PREVENTIVAMENTE?
A estratégia adoptada depende do contexto epidemiológico. Em Espanha, por exemplo, país com fortes ligações ao México, onde tudo começou, existem dezenas de casos confirmados e foi verificada a transmissão secundária os infectados e as pessoas que com eles mantiveram contacto tomam, profilacticamente, os antivirais. Como em Portugal não existe um risco tão grande de contágio, normalmente não se recorre aos medicamentos tão cedo, mas como já foi referido, a estratégia adoptada depende do contexto epidemiológico.
A VACINA PARA A GRIPE SAZONAL É EFICAZ CONTRA O A (H1N1)?
Quando existe uma coincidência total entre a estirpe causadora da gripe e a que faz parte da vacina, a protecção ultrapassa os 90 por cento. Se a coincidência não é total, mas parcial, ocorre uma certa protecção, dita cruzada. Na última vacina sazonal, estava incluída uma estirpe de um vírus H1N1. É de prever, portanto, que as pessoas imunizadas sejam mais resistentes a esta nova estirpe do que aquelas que não foram vacinadas.
QUANTAS PESSOAS MORREM NA GRIPE SAZONAL EM PORTUGAL?
A época de gripe coincide com os meses do Outono e do Inverno. A mortalidade pode variar entre zero e muitos milhares. Em 2008/09 ocorreram cerca de 1 500 óbitos associados à gripe 80% dos casos correspondendo a idosos. No ano anterior, a mortalidade foi próxima de zero. Em média, há 2 400 mortes anuais, em Portugal, causadas por gripe. Valores muito acima da média aconteceram em 1998/99, com mais de 5 mil mortos. Regra geral, há uma relação directa entre a percentagem da população afectada e a mortalidade.
SE MORREU TÃO POUCA GENTE ATÉ AGORA, PORQUE É QUE ESTÃO A SER TOMADAS TANTAS MEDIDAS?
As precauções foram accionadas por se tratar de uma introdução rápida de um novo vírus causador de gripe nos humanos. O facto de se tratar de um organismo desconhecido, para o qual ninguém no mundo apresenta imunidade, fez temer o surgimento de uma nova pandemia. Um vírus novo tem a capacidade de infectar pessoas mesmo fora do período sazonal da gripe, ou seja, de atingir os dois hemisférios em simultâneo.
ESTÁ PREVISTO O APARECIMENTO DE UMA VACINA?
Há a possibilidade de esta nova estirpe ser incluída na vacina para a gripe sazonal. A decisão ficará dependente do que se passar nos próximos meses, no hemisfério sul. Os cientistas precisam de perceber se esta estirpe será dominante relativamente às estirpes circulantes. De qualquer modo, a produção de uma vacina tardará, pelo menos, três meses.
FONTES: Centro de Controlo de Doenças; Filipe Froes, pneumologista e consultor da Direcção-Geral de Saúde; European Centre for Disease Prevention and Control; Gabriela Gomes, epidemiologista do Instituto Gulbenkian de Ciência
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